segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Resenha: Gateway (Frederick Pohl)

Gateway, de Frederick Pohl, foi publicado em 1977, ganhou os quatro prêmios mais importantes (Hugo, Nebula, John Campbell e Locus Award) e foi adaptado para um jogo de computador em 1992.

Eu joguei esse jogo (o que obviamente revela minha idade). Era um dos primeiros jogos de aventura que, apesar de ser principalmente texto, também traziam ilustrações, imagens dos lugares, e uma interface gráfica ligeiramente melhor do que digitar "vá para o norte".

Mas nunca havia lido o livro que deu origem ao jogo. Fiquei inclusive um pouco apreensivo, pois me parecia que um tinha spoilers do outro. Mas não foi o caso, ao menos não no primeiro livro -- Gateway, o livro, empresta o ambiente e o cenário para o jogo, mas a história deste vai em uma direção diferente.



Começarei pelo melhor aspecto do livro, o cenário. No futuro, a humanidade descobre uma estação espacial construída por uma raça de alienígenas, os Heechee... mas os donos estão desaparecidos há milhões de anos. Para resolver os problemas dos bilhões de seres humanos em condições miseráveis na Terra, tudo o que resta a fazer é experimentar sua tecnologia a esmo, o que inclui algumas naves mais-rápidas-que-a-luz. Infelizmente, elas possuem trajetórias pré-definidas e que não são compreendidas; algumas pessoas tentam a sorte com elas para realizar explorações, em um tipo de roleta russa onde o prêmio é uma quantia astronômica de dinheiro e a aposta é a sua própria vida.

personagem protagonista é Robinette (é um homem, apesar do nome), que gasta tudo o que tem para chegar a Gateway, mas depois luta com seu medo de embarcar em uma viagem exploratória e não voltar. Ele conhece outras pessoas da estação, algumas em um dilema como ele (como Klara, seu "relacionamento complicado"), outras bem mais corajosas, e outras bem mais desesperadas. Gostei muito da caracterização das pessoas: são bem-definidas, cada qual com seus próprios fantasmas morais e problemas mundanos.

O enredo alterna entre as reminiscências de Robbie na estação e suas atuais sessões em um robopsicólogo (que é, de certa forma, outro personagem). Nessas sessões, vamos aos poucos conhecendo segredos da vida de Robbie e entendendo mais sobre o que aconteceu em Gateway... até um final surpreendente! As últimas páginas são virtualmente impossíveis de largar, tal o crescendo emocional que Frederick Pohl criou em cima do protagonista.

Gateway é o primeiro livro da Saga dos Heechee, que inclui:
  • Gateway (1977)
  • Beyond the Blue Event Horizon (1980)
  • Heechee Rendezvous (1984)
  • Annals of the Heechee (1987)
  • The Boy Who Would Live Forever: A Novel of Gateway (2004)
O livro não tem uma avaliação significativa no Skoob (apenas eu e mais uma pessoa avaliamos... ambos como 5.0!). Mas com certeza é uma obra digna dos prêmios que ganhou e uma das mais importantes na ficção científica!

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