quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Resenha: Body of Evidence (Patricia Cornwell)

Body of Evidence, de Patricia Cornwell, é um daqueles romances policiais que te prendem até a última página. Não posso dizer que é uma revolução no gênero, nem que ela é a Agatha Christie moderna, mas o livro é bem legal, sim. Sinopse:


"Uma escritora reclusa é encontrada morta, e seu último manuscrito está desaparecido..."
Alguém está rondando Beryl Madison. Alguém que a observa e faz ameaças obscenas ao telefone. Aterrorizada, ela foge para Key West, mas eventualmente precisa retornar para sua casa em Richmond, Virginia. E, na mesma noite em que retorna, Beryl inexplicavelmente convida seu assassino a entrar...
A examinadora forense Dra. Kay Scarpetta começa então a investigação de um crime tão retorcido quanto bizarro. Porque Beryl abriria a porta para alguém que em seguida iria esfaqueá-la brutalmente e quase decapitá-la? Ela o conhecia? E, para piorar a intriga, existe o relacionamento conturbado de Beryl com um outro renomado autor e o desaparecimento de seu último próprio manuscrito.
Conforme Scarpetta refaz os passos de Beryl, uma investigação que começa em um laboratório com microscópios e lasers não consegue dar conta de todas as circunstâncias. Um dia, porém, ela recebe a visita de um desequilibrado mental que afirma ser capaz de enxergar a alma do criminoso...

Personagens: Não li ainda outros livros de Patricia Cornwell, mas a Dra. Kay Scarpetta é uma personagem carismática, assim como seu parceiro na polícia, Pete Marino. Os dramas pessoais da doutora e seu relacionamento com um velho romance se intrometem na investigação, e ela precisa desenrolar tudo antes que seja tarde demais.

Estilo: Um livro com bastante mistério, digno de um episódio bem longo de CSI ou Criminal Minds. As técnicas que ela cita no livro já aparecem na série em um episódio ou outro!

Enredo: Bem escrito, bem resolvido, e bem cativante! As resenhas do livro em português estão em 3.8 no Skoob.

Pelo que vi, esse livro foi lançado depois de outro, Postmortem, que ganhou os prêmios Edgar, Creasey, Anthony e Macavity Awards, e o Prix du Roman d'Adventure francês, no mesmo ano. Agora esse livro tem que entrar na lista!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Resenha: Spellwright (Blake Charlton)

Spellwright é o primeiro romance de Blake Charlton, e é MUITO BOM. Agora que já estabelecemos a parte importante, vamos aos detalhes:

O livro é uma história de fantasia, em um mundo habitado por feiticeiros e criaturas místicas, e onde a magia é feita escrevendo-se runas e frases complexas em pleno ar.

O jovem Nicodemus Weal já foi considerado um Salvador descrito em profecias; um agente da virtude que se levantaria contra as forças do mal para liderar e proteger a humanidade. Mas as coisas já começam a dar errado na infância, quando descobre que é um cacógrafo: um mago disléxico, incapaz de tocar ou controlar nada além dos feitiços mais básicos sem corrompê-los e torná-los incontroláveis e imprevisíveis.

Com 25 anos, ele já se conformou com sua condição, e com a perspectiva de nunca ser nada na vida além de um ajudante de seu mestre, Shannon. Mas tudo muda quando corpos de feiticeiros e aprendizes são encontrados na Academia, mortos -- segundo as investigações -- por feitiços corrompidos cacograficamente. Agora Nicodemus e Shannon são os principais suspeitos, e sua jornada para esclarecer o mistério pode se tornar muito mais complexa, profunda e perigosa do que qualquer um jamais teria imaginado.

Vamos à resenha:

Estilo: Se tem uma coisa que gostei deste livro (e tem várias), é Blake Charlton escreve com capricho. A mecânica da magia é complexa, com várias linguagens, vários efeitos, e várias particularidades que se encaixam perfeitamente. Tudo parece planejado e arquitetado com carinho e dedicação. Mas ele não descreve isso de forma monótona; pelo contrário, o livro é recheado de ação, e com cenas e efeitos que seriam um prato feito para os grandes estúdios de cinema.

Enredo: A história começa razoavelmente simples, mas vai se embrenhando no decorrer do livro e há reviravoltas até no final. Tem de tudo um pouco: magos velhos e barbudos com mantos, druidas com controle da madeira e da natureza, demônios, monstros, e criaturas fantásticas. Há lendas, profecias, e histórias do passado do mundo que se mesclam à trama principal, sem tirar dela o foco. Eu gostei demais do enredo, mas admito que ele responde coisas demais; um ou outro ponto poderia ter ficado no ar, para dar suspense e material para evoluir depois.

Personagens: O personagem principal, Nicodemus Weal, é carismático e complexo: ele sofre com sua dislexia mágica, mas se esforça para se encaixar como pode na Academia, seja ajudando seu mestre com tarefas manuais ou lecionando como monitor das matérias dele. Temos seus colegas, em situações parecidas (como Devin, a maga cacógrafa que adora palavrões, e Simple John, que só consegue pronunciar as palavras "Não", "Simple John" e "Batatas Chapinhantes"); temos seus professores, entre eles Shannon; e temos vários outros, entre eles druidas, sentinelas, gárgulas, fantasmas e monstros. Praticamente todos eles mudam drasticamente na história!

Nicodemus é de longe o que mais evolui, e o que eu achei interessante é que, como ele já tem 25 anos, algumas de suas decisões tem uma sabedoria que um protagonista mais jovem não teria. Ele é cuidadoso, não é ingênuo, mas apesar disso luta contra sua frustação. O livro é parecido, mas não é igual, a um romance para Young Adults, justamente por isso: os problemas, conflitos e consequências são muito mais adultos, mas mesmo assim divertidos de ler.

Recomendadíssimo! O livro não tem ainda rating no Skoob (além das 5 estrelas que eu acabei de dar a ele ;) mas merece ser lido. E agora, temos que aguardar as continuações nesse mundo fantástico!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

The Disappearing Spoon

Outro livro fora do padrão do blog, mas nem isso menos fantástico, é "A Colher que Desaparece (e outras histórias de loucura, amor, e o mundo através da tabela periódica)".

Sam Kean, o autor, nos revela: 90% das partículas do Universo são hidrogênio... e os 10% restantes são hélio. Todo o resto, incluindo os 6 milhões de bilhões de bilhões de quilos da Terra, não são nada mais que erros de arredondamento. E é neste pedacinho que o restante do livro se inspira.

Kean é fascinado por química desde que via o mercúrio dentro dos termômetros, quando criança. Ele investiga substâncias curiosas e descreve 118 elementos e suas histórias sórdidas. Por exemplo, na corte de Napoleão Bonaparte, o alumínio era um metal precioso, e apenas os convidados mais importantes usavam talheres desse elemento; os demais tinham que se "contentar" com os talheres de ouro. Mais do que isso, o livro conta a história da tabela periódica, que na verdade é a história dos homens e mulheres (ligeiramente loucos) que a compuseram e a moldaram.

O título do livro vem de uma brincadeira (que hoje em dia não se faz mais, por questões de saúde) envolvendo um material chamado Gálio. Este metal é sólido em temperatura ambiente, mas derrete a 30°C... o que levou a uma popular pegadinha, de criar uma colher disso e dar a um convidado, que fica estarrecido quando a vê se dissolver ao usá-la para mexer seu chá!

Incrível? Mas existe um vídeo dessa brincadeira em ação!


Fica a dica para os cientistas de plantão!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alterações de Fevereiro na Lista do Livreiro das Galáxias!

Tendo terminado de ler Spellwright, de Blake Charlton (por sinal, um livro excelente, veja a resenha aqui no blog!), é hora de mais uma mudança na Lista do Livreiro das Galáxias. Sai um, entra um; e agora vou aproveitar para corrigir uma terrível falha de caráter minha... ainda não li Encontro com Rama, de Arthur C. Clarke.

Já pra lista!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Alex's Adventures in Numberland

Um livro de... matemática? Sim, claro, por que não? A matemática também pode ser uma leitura fantástica, por isso se enquadra no blog!

Este post em particular é para me lembrar de um livro que vi no blog da New Scientist, e é um dos melhores de 2010 nessa categoria. A tradução da sinopse:

Existem crianças em Tóquio, treinadas em clubes escolares de ábaco, que são capazes de somar 30 números longos usando apenas a imagem mental de um ábaco... e mais rápido do que algumas com calculadoras! E existe uma matemática em Nova York cujas peças de crochê ajudaram suas colegas a visualizarem superfícies em espaço hiperbólico pela primeira vez. Esses são alguns dos personagens que populam "Alex's Adventures in Numberland".

O livro descreve as interações do autor (Alex Bellos) com uma grande variedade de mentes brilhantes, bem como os conceitos incríveis que elas manipulam. Veja a explicação de por que o Infinito vem em vários tamanhos e por que os postulados de Euclides só valem para um espaço plano. O resultado é um tratado sobre o nosso relacionamento estranho, às vezes difícil e, acima de tudo, nunca entediante com os números.

Achei também um artigo da Folha Online sobre este livro. Se for como o Almanaque das Curiosidades Matemáticas, vai ser leitura bem interessante!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Rapidinha: Lista de livros com mais homenagens

Interrompemos este blog para um mini-post de utilidade pública:

No site abaixo, tem uma lista de livros ordenada pela quantidade de homenagens, premiações, e indicações para prêmios. Bem interessante! No topo da lista tem dois que eu já li e curti: The Graveyard Book de Neil Gaiman e Jonathan Strange & Mr. Norrell de Susanna Clarke. Visitem:

http://www.awardannals.com/wiki/Honor_roll:Speculative_Fiction_books

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Wishlist: Ringworld

A minha meta de leitura -- a Lista do Livreiro das Galáxias -- continua com a regra de não possuir nem mais, nem menos de 10 livros em um certo instante. Mas alguns entram no radar e não podem ser apenas esquecidos; por isso, eis um breve lembrete de um livro significativo para a história da ficção científica: Ringworld, de Larry Niven.

Desconheço completamente o plot do livro (e tenho que admitir que a sinopse dada no Skoob é um tanto maluca!). Mas o conceito do qual o livro empresta o nome é bem conhecido: é um anel gigantesco, artifical, construído em torno de uma estrela, com o objetivo de capturar a sua energia e convertê-la para uso de seus habitantes.

A ideia é um caso especial de uma concha de Dyson, uma estrutura de proporções inimagináveis no formato de uma esfera que contivesse uma estrela em seu centro. Freeman Dyson, o cientista que imaginou essa estrutura, na verdade havia pensado em um conjunto de objetos (placas) independentes que orbitariam o Sol; Larry Niven e outros escritores de ficção extrapolaram o conceito para outras estruturas como o anel e a concha.

Doideira? Com certeza. Mas, o argumento de Dyson é que civilizações muito avançadas iam mais cedo ou mais tarde precisar de toda essa estrutura para coletar energia para sobreviver. Portanto, uma busca no espaço por sinais dessas estruturas seriam um indício de civilizações alienígenas avançadas.

De qualquer forma, o que mais me interessa agora é o livro, não a teoria por trás dele. Ganhou o Hugo em 1970 e o Nebula e Locus Award em 1971. Vejamos se Larry Niven corresponde às expectativas!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

The Dresden Files

Se aparecer um vampiro ciborgue,
terei encontrado minha Bíblia!
Já havia ouvido falar da série Dresden Files (do autor Jim Butcher) há algum tempo atrás, mas não tinha feito uma pesquisa até pouco tempo atrás. Em vista do que vim a descobrir, esta série -- que começou em 2007 e já conta com 12 livros, algumas graphic novels e uma temporada no SyFy -- tem decididamente que entrar no radar!

Harry Dresden é um detetive particular em Chicago... só que ele também é um mago. Sim, porque a humanidade vive em meio a toda sorte de seres sobrenaturais, de lobisomens a vampiros, de fadas a leprechauns, de minotauros a dinossauros. Os livros narram os casos de Dresden, conforme ele é solicitado pelo departamento de polícia da cidade a dar "consultoria" em seus casos mais sobrenaturais. E, como era de se esperar, ser um mago nesse universo pode ser algo bem perigoso...

A Editora Underworld está trazendo o primeiro volume da série, Storm Front (Frente da Tempestade), mas não encontrei uma data no site deles. Mas, se a série for boa como a foto no topo deste post, não vai dar pra esperar ela traduzir todos -- vou ter que ler em inglês mesmo!

Também quero ver se encontro a HQ que foi feita sobre a história (acredito que a figura ao lado seja dela). A adaptação pra TV pelo canal SyFy talvez seja interessante de ver também.