terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Resenha: Spellwright (Blake Charlton)

Spellwright é o primeiro romance de Blake Charlton, e é MUITO BOM. Agora que já estabelecemos a parte importante, vamos aos detalhes:

O livro é uma história de fantasia, em um mundo habitado por feiticeiros e criaturas místicas, e onde a magia é feita escrevendo-se runas e frases complexas em pleno ar.

O jovem Nicodemus Weal já foi considerado um Salvador descrito em profecias; um agente da virtude que se levantaria contra as forças do mal para liderar e proteger a humanidade. Mas as coisas já começam a dar errado na infância, quando descobre que é um cacógrafo: um mago disléxico, incapaz de tocar ou controlar nada além dos feitiços mais básicos sem corrompê-los e torná-los incontroláveis e imprevisíveis.

Com 25 anos, ele já se conformou com sua condição, e com a perspectiva de nunca ser nada na vida além de um ajudante de seu mestre, Shannon. Mas tudo muda quando corpos de feiticeiros e aprendizes são encontrados na Academia, mortos -- segundo as investigações -- por feitiços corrompidos cacograficamente. Agora Nicodemus e Shannon são os principais suspeitos, e sua jornada para esclarecer o mistério pode se tornar muito mais complexa, profunda e perigosa do que qualquer um jamais teria imaginado.

Vamos à resenha:

Estilo: Se tem uma coisa que gostei deste livro (e tem várias), é Blake Charlton escreve com capricho. A mecânica da magia é complexa, com várias linguagens, vários efeitos, e várias particularidades que se encaixam perfeitamente. Tudo parece planejado e arquitetado com carinho e dedicação. Mas ele não descreve isso de forma monótona; pelo contrário, o livro é recheado de ação, e com cenas e efeitos que seriam um prato feito para os grandes estúdios de cinema.

Enredo: A história começa razoavelmente simples, mas vai se embrenhando no decorrer do livro e há reviravoltas até no final. Tem de tudo um pouco: magos velhos e barbudos com mantos, druidas com controle da madeira e da natureza, demônios, monstros, e criaturas fantásticas. Há lendas, profecias, e histórias do passado do mundo que se mesclam à trama principal, sem tirar dela o foco. Eu gostei demais do enredo, mas admito que ele responde coisas demais; um ou outro ponto poderia ter ficado no ar, para dar suspense e material para evoluir depois.

Personagens: O personagem principal, Nicodemus Weal, é carismático e complexo: ele sofre com sua dislexia mágica, mas se esforça para se encaixar como pode na Academia, seja ajudando seu mestre com tarefas manuais ou lecionando como monitor das matérias dele. Temos seus colegas, em situações parecidas (como Devin, a maga cacógrafa que adora palavrões, e Simple John, que só consegue pronunciar as palavras "Não", "Simple John" e "Batatas Chapinhantes"); temos seus professores, entre eles Shannon; e temos vários outros, entre eles druidas, sentinelas, gárgulas, fantasmas e monstros. Praticamente todos eles mudam drasticamente na história!

Nicodemus é de longe o que mais evolui, e o que eu achei interessante é que, como ele já tem 25 anos, algumas de suas decisões tem uma sabedoria que um protagonista mais jovem não teria. Ele é cuidadoso, não é ingênuo, mas apesar disso luta contra sua frustação. O livro é parecido, mas não é igual, a um romance para Young Adults, justamente por isso: os problemas, conflitos e consequências são muito mais adultos, mas mesmo assim divertidos de ler.

Recomendadíssimo! O livro não tem ainda rating no Skoob (além das 5 estrelas que eu acabei de dar a ele ;) mas merece ser lido. E agora, temos que aguardar as continuações nesse mundo fantástico!

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