sábado, 20 de novembro de 2010

Resenha: Os Próprios Deuses (Isaac Asimov)

Bem, o que dizer sobre este livro? O fato de o autor ser Isaac Asimov é uma garantia de uma estória envolvente, até mais do que o fato de ter ganhado o prêmio Nebula em 1972 e o Hugo em 1973.

Bom, "envolvente" não é o único adjetivo. Sejamos francos, o cara era maluco mesmo. E por isso o livro é tão bom.

A estória é dividida em três partes, cujos nomes são inspirados em uma frase do poeta alemão Friedrich Schiller: "Contra a estupidez, os próprios deuses lutam em vão". Cada arco de estória tem o mesmo problema como pano de fundo -- o desenvolvimento de uma tecnologia que abençoa a humanidade com energia limpa e de graça... ou quase. Na verdade, o desenvolvimento dessa tecnologia é envolto em mistério, e ela pode ter efeitos colaterais imensos... mas por alguma razão tudo sobre isso é abafado.

É até difícil falar mais sobre a história sem spoilers. Asimov a considerou uma das suas próprias favoritas. A forma como ele apresenta novos conceitos para depois revertê-los, ou as minúcias que ele descreve na rotina e nos relacionamentos sociais -- seja de cientistas na Terra, colonos na Lua ou alienígenas em outros universos -- é fantástica.

Mas, um aviso: muitos dos "mistérios tecnológicos" do livro são conceitos físicos avançados, como a existência e viabilidade de isótopos de Plutônio ou as implicações de variações na força nuclear fraca na constituição de estrelas e planetas. Embora eu pessoalmente ache o assunto fascinante, e acredite que não é necessário entender tudo para apreciar o conto, fica a dica: se você não aprecia nem um pouquinho de Física, prepare-se para um livro difícil de deglutir :)

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