quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Resenha: Pulp (Charles Bukowski)

Não é fiçcão científica, mas certamente é ficção (pelo menos, espero que seja!), então estou postando aqui esta pequena pérola que terminei de ler em uma manhã preguiçosa de sábado.

Não é um feito notável: o livro não chega a 200 páginas e é tamanho pocket, com letras grandes. Mas o que mais ajuda é que ele... bem, ele não pára, entende?

Pulp é um livro composto de um clichê de detetive atrás do outro. Está tudo lá: Nick Belane, investigador particular, beberrão, que perde toda a sua grana nos cavalos; seus clientes, que vão de mulheres gostosas a maridos traídos, de alienígenas à própria Morte (será ela mesma?); seu escritório, um reduto imundo e mal iluminado com uma poltrona e uma mesinha; becos e bares de última categoria, diálogos chulos, informantes mal-encarados...

Este foi o último livro do autor, terminado poucos meses antes de sua morte, de leucemia, em 1994, aos 73 anos. De certa forma, Bukowski queria fazer uma história ruim, reunindo e exagerando elementos clichês, tramas inverossímeis e personagens ridículos. Mas o resultado ficou interessante justamente por isso: ele é um arquétipo de histórias de detetives, tão forçado que não é para ser levado a sério, mas nem por isso menos divertido.

Experimente ficar sério quando ler uma das cantadas furadas que Belane usa. Ou quando ele resolve casos sem fazer nada que não seja beber, apostar nos cavalos e entrar em brigas. Ou quando ele descreve seus problemas no banheiro de madrugada. Ou quando ele tem um momento de reflexão sobre um sonho que envolvia um cagalhão de elefante. Conseguiu? É, eu sabia que não.

Sendo exagerado, o final é um pouco ruim, mas eu recomendaria o livro pra qualquer um que um dia tenha gostado de histórias noir de detetive.

No Skoob, o livro tem atualmente qualificação de 3.9 estrelas.

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